para a minha filha Ana
em viagem-aventura pela América Central
eles não acreditam em anjos
mas tenho um na mão que te escreve
deste lado do rio
segurando o teu olhar
para que nunca se perca
para que nunca siga inclinado
fora do caminho que te segue
seguindo o caminho do lobo
lado a lado
com o caminho da formiga
inclinando a cabeça ombros e coração
para que no sono nunca te aconteça nada
e nunca nada te perca
Para ti
ajuda-me a suportar o peso destes dias em que a lama se mistura com a luz, e deixa-me ver no escuro como as laranjas crescem nas àrvores do meu coração mesmo quando o silêncio se transforma em desertos, para que todos os meus desertos sejam o caminho que te procura, e dá-me a tua mão para nela pôr a minha alma enquanto caminhamos.
desce sobre mim a tua luz, a tua àgua, a tua chuva, ajuda-me a ser o teu destino, a tua única verdade, pois tu és a minha explicação.