Para ti

ajuda-me a suportar o peso destes dias em que a lama se mistura com a luz, e deixa-me ver no escuro como as laranjas crescem nas àrvores do meu coração mesmo quando o silêncio se transforma em desertos, para que todos os meus desertos sejam o caminho que te procura, e dá-me a tua mão para nela pôr a minha alma enquanto caminhamos.
desce sobre mim a tua luz, a tua àgua, a tua chuva, ajuda-me a ser o teu destino, a tua única verdade, pois tu és a minha explicação.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

se houvesse escolha

se houvesse escolha
para as crianças que morreram este verão
à beira dos rios e dos pássaros calmos

e se houvesse escolha
para as sombras que nos seguem

e para as coisas que se quebram

e para as árvores em novembro
com as suas cores desbotadas

e porque não há escolha no tomilho
nem se escolhe ser melro
ou um dia por acaso

nem as estações escolhem
os seus desígnios

ou se houvesse escolha
nas portas e janelas do mundo

por onde entrar sair ficar