Para ti

ajuda-me a suportar o peso destes dias em que a lama se mistura com a luz, e deixa-me ver no escuro como as laranjas crescem nas àrvores do meu coração mesmo quando o silêncio se transforma em desertos, para que todos os meus desertos sejam o caminho que te procura, e dá-me a tua mão para nela pôr a minha alma enquanto caminhamos.
desce sobre mim a tua luz, a tua àgua, a tua chuva, ajuda-me a ser o teu destino, a tua única verdade, pois tu és a minha explicação.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

quando fizeste o mundo
acreditei que estarias nele para sempre

o teu ar pesado
muito cedo envelhecido
enquanto as rosas cresciam

e o modo como sem saberes
me aprendeste
que a nossa vida não é daqui

e como a dor é uma coisa natural
em cujos nomes esquecemos casas e desertos

e nos sentamos um dia à espera
esperando sempre que nunca aconteça mal
a quem amamos

apesar de sabermos todos
que nada fica neste lado
senão a doce alegria de termos um dia sido
um milagre uma voz

uma vida
que ninguém podia fazer por nós