(poema para ninguém)
resistirei
para além
dos meus limites
chamar-te-ei
pessoa
gato ou outro nome
que não
importe
porque
afinal nem os nomes
podem
saber de ti
nenhum
nome
te reconhece
importante
é ter
começado a amar-te
numa
ignorância completa
e cega
e não
importa
que não te
conheça
o mundo
sei-o
agora
é-me
desconhecido
em tudo o
que veja
ou toque
e foi
assim
que primeiro
aprendi a ver-te
como o
outro que eu sou
e aprendi ainda
a ver-te
quando não
estás
e que onde
quer que estejas
esse será
também
o meu
lugar
hoje sei
que trago
comigo uma existência
e é nela
que encontro
a tua
e ao
levantar
a minha
mão direita
é que sei
haver outra
que é a
tua