poeta
nada tem. nada quer.
vive na cidade alucinado e só.
nasceu cego: vê através dos dedos.
respira nos pontos mais altos
das árvores
caminha entre as ervas e
cai
cai
e julgam que anda a fingir
e cai
cai
e sempre a cair
confundem a sua dor
que é uma luz muito funda
Para ti
ajuda-me a suportar o peso destes dias em que a lama se mistura com a luz, e deixa-me ver no escuro como as laranjas crescem nas àrvores do meu coração mesmo quando o silêncio se transforma em desertos, para que todos os meus desertos sejam o caminho que te procura, e dá-me a tua mão para nela pôr a minha alma enquanto caminhamos.
desce sobre mim a tua luz, a tua àgua, a tua chuva, ajuda-me a ser o teu destino, a tua única verdade, pois tu és a minha explicação.