e tu descias devagar na água
para que não se apagasse a luz
percorrendo as ruas de uma cidade
que não existe
abrindo as flores
de um tempo apenas imaginado.
mas isso que importa
se tu eras a chuva
e minha era a mão
que escreveu os poemas
do teu livro de cabeceira
Para ti
ajuda-me a suportar o peso destes dias em que a lama se mistura com a luz, e deixa-me ver no escuro como as laranjas crescem nas àrvores do meu coração mesmo quando o silêncio se transforma em desertos, para que todos os meus desertos sejam o caminho que te procura, e dá-me a tua mão para nela pôr a minha alma enquanto caminhamos.
desce sobre mim a tua luz, a tua àgua, a tua chuva, ajuda-me a ser o teu destino, a tua única verdade, pois tu és a minha explicação.