Para ti

ajuda-me a suportar o peso destes dias em que a lama se mistura com a luz, e deixa-me ver no escuro como as laranjas crescem nas àrvores do meu coração mesmo quando o silêncio se transforma em desertos, para que todos os meus desertos sejam o caminho que te procura, e dá-me a tua mão para nela pôr a minha alma enquanto caminhamos.
desce sobre mim a tua luz, a tua àgua, a tua chuva, ajuda-me a ser o teu destino, a tua única verdade, pois tu és a minha explicação.

sábado, 22 de março de 2008

já ouvi falar de pessoas como tu

que atravessam as ruas
em sítios perigosos

e se enchem de pássaros
por onde passam

e são como os peixes
e sobre a água da chuva vão
serenos e descalços

até que faça frio.

e um dia começam a falar com as flores
e dizem com gestos nas palavras
o pão o vinho a água

e sei que houve uma noite
em que foste mais do que esta vida

e colheste amoras e outros frutos
para um cesto
que nós desconhecemos.

e então pediste-nos uma cruz