256
recordo dezembro
de antigamente
a vida lenta
de um ano para o
outro quase nada
se movia
a mesma chuva
o mesmo presépio e
o algodão a fazer de neve
os pais os tios os primos
um pássaro cantava
de noite e era sempre
o mesmo
cada um é
aquilo que recorda
abri a porta
e a casa inclinou-se
olá morte