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por onde quer
que vá
tu confortas-me
nas estradas mais
agrestes
nas ruas mais escuras
tu confortas-me
não interessa que
não existas
pois também eu nasci
num infinito
silêncio
também eu frequento
os lugares ausentes
também eu começo
onde acabo
e ainda assim
e não obstante
confortas-me na tua
infinita ausência
que tu nada me dás
e nada tiras
desconhecidos um no
outro
damos as mãos e vamos
deitei-me à beira
do teu nome