terça-feira, 4 de março de 2025

 


339

 

por onde quer

que vá

 

tu confortas-me

 

nas estradas mais agrestes

nas ruas mais escuras

 

tu confortas-me

 

não interessa que

não existas

 

pois também eu nasci

num infinito

silêncio

 

também eu frequento

os lugares ausentes

 

também eu começo

onde acabo

 

e ainda assim

e não obstante

confortas-me na tua

infinita ausência

 

que tu nada me dás

e nada tiras

 

desconhecidos um no outro

damos as mãos e vamos

 

deitei-me à beira

do teu nome