em quase
todos os
outonos
houve
amigos que se foram
sem
explicações e sem motivos
não deixaram
rastos nas casas
nem nas
portas
mudas as
janelas
quietos os
pátios e os balouços
alguns deixaram lugares vazios
onde
nunca mais alguém
entrou
outros
não deixaram
senão
sombras
e um
inverno muito mais
agreste
recordo-os
agora
como
feridas
ou nódoas
negras
no coração