domingo, 11 de novembro de 2007

todos os dias regresso a nossa casa.
por lá vejo tudo o que permanece

as linhas dos meus dedos
minúsculos rastos
da pele das minhas mãos e pés

a minha sombra sempre triste
por entre os livros
por entre os móveis
angustiada na cama
e sob o chuveiro dos infortúnios.

e vejo a tua sombra que me segue
sem me entender
as tábuas que se quebram com os anos
os amigos chegando a tardias horas da noite
as cartas que persistem em procurar-me.

e eu que todas as coisas guardo
no sítio onde estão

sou afinal o único que já partiu