fiz um desenho
muito engraçado
o jakie e eu
junto à casa inclina
da
eu faço adeus
para fora do desenho
rio-me
olá
mundo a fingir
escrever poemas é uma experiência
espiritual. não é uma experiência estética, artística ou literária. existem as
palavras, é verdade. e o que são as palavras senão a revelação em nós do
infinito? não consigo dizê-lo de outra maneira: os meus poemas são o que me
transporta muito para lá daquilo que sou. e neles habita tudo o que amo e me
dói, planos indistintos de uma manifestação profunda na minha existência
pessoal. às vezes também lhe chamo o toque de Deus. hão de haver mais verdades
no mundo, creio. mas nada pode comparar-se à grandeza do que me falta
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os pobres
foram ajudados por
robin hood
os injustiçados
tiveram
batman e outros
justiceiros
como mandrake
ou tarzan que defendeu
igualmente outros
animais
os fracos os indefesos
foram protegidos pelo
fantasma
e pelo homem aranha
cisco kid
que era um romântico
vive agora num lar de
idosos
já jesus cristo
fez-se crucificar e
até hoje
não salvou ninguém
olá
terra do nunca
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já pensei enviar os meus poemas do homem azul a um crítico de poesia. mas
ele dir-me-ia que nos poemas da literatura não se fala de um homem azul ou de
um pássaro de papel. que são metáforas muito pobres e que ninguém as entende. seria
talvez inútil explicar-lhe: o homem azul ou o pássaro de papel não são
metáforas. metáforas são os da literatura