já nada me contenta.
flutuo agora entre as asas e o abismo
dos meus poemas
levado por palhas e desejos
ah se ao menos o meu corpo fosse
a tua casa
e nela abrisses as janelas
e depois me acenasses
como as crianças fazem quando é noite
e adormecem
mas as minhas mãos são navios
que nunca se contentam
sábado, 20 de outubro de 2007
domingo, 14 de outubro de 2007
outra pequena oração
o dia em te encontrei
era outono nas folhas e nas árvores
e eu fiquei quieto na tua luz
enquanto as sombras se juntavam
nas asas dos pássaros
e depois uma coisa feliz desceu sobre
a minha sombra e a tua
que eram talvez mais que duas
e agora são apenas uma
era outono nas folhas e nas árvores
e eu fiquei quieto na tua luz
enquanto as sombras se juntavam
nas asas dos pássaros
e depois uma coisa feliz desceu sobre
a minha sombra e a tua
que eram talvez mais que duas
e agora são apenas uma
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
terça-feira, 9 de outubro de 2007
ficaram rosas
para que a minha vida fosse melhor
pedi um pouco da tua luz
um pequeno gesto pousado
e deixei-me cair no teu coração
sem braços sem corpo sem nada
apenas a minha alma
e depois deitei-me a teu lado
como fazem os pássaros
quando morrem.
e ficaram rosas
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
agora sabes quem sou
eu sou a voz que reclama
tudo o que te pertence
corpo espírito alma
coração e pele
o ar que respiras
os teus pequenos gestos pela manhã
a noite e o chão que pisas
e reclama sem peso medida
força ou grades
e ainda assim te reclama tudo o que tens
e te deixará sem nada
pobre e despida no mundo
pois reclamo também a luz do teu olhar
o teu cabelo desarrumado
os passos que deixaste na areia
enquanto caminhavas a meu lado
e vida por vida te garanto
que não haverá trocas nem cedências:
agora já sabes quem sou
tudo o que te pertence
corpo espírito alma
coração e pele
o ar que respiras
os teus pequenos gestos pela manhã
a noite e o chão que pisas
e reclama sem peso medida
força ou grades
e ainda assim te reclama tudo o que tens
e te deixará sem nada
pobre e despida no mundo
pois reclamo também a luz do teu olhar
o teu cabelo desarrumado
os passos que deixaste na areia
enquanto caminhavas a meu lado
e vida por vida te garanto
que não haverá trocas nem cedências:
agora já sabes quem sou
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
pequena oração
se encontrares este poema
guarda-o
ele é a flor que abriu
uma mão fechada na semente
o que era água e luz
pela fresta entrou
guarda-o
ele é a flor que abriu
uma mão fechada na semente
o que era água e luz
pela fresta entrou
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