se houvesse escolha
para as crianças que morreram este verão
à beira dos rios e dos pássaros calmos
e se houvesse escolha
para as sombras que nos seguem
e para as coisas que se quebram
e para as árvores em novembro
com as suas cores desbotadas
e porque não há escolha no tomilho
nem se escolhe ser melro
ou um dia por acaso
nem as estações escolhem
os seus desígnios
ou se houvesse escolha
nas portas e janelas do mundo
por onde entrar sair ficar