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para Maria Angeles
1.
que todas as rosas sosseguem
no teu coração
pois ondetua mãe agora está
as rosas
nunca murcham
2.
que os teus olhos sosseguem
pois ondetua mãe agora está
as estrelas
nunca se apagam
este é o amor que purifica
e com ele e por ele
tudo se transforma e dá
e pode ser um minuto
uma hora ou toda a vida
sem glória nem prestígio
vitórias ou vencidos
é uma luz que desce sobre nós
e nunca mais
se apaga
devia dizer menos vezes o teu nome
e depois guardar-te
numa cidade num país
num lugar ignorado pelos homens
e onde as árvores fossem intocáveis
e desconhecidas
porque todo o amor deve ser inviolável
como este poema que te dou
e depois se fecha numa flor
aberta apenas para ti
eis a rosa de onde o meu silêncio brota
a palavra das palavras que me dizes
na manhã em que uma estrela
veio buscar-me o coração
e te levou com ele
o que te disse nestes dias
em que tudo se transformou em chuva
as notícias a insensatez
as mortes
a certeza de uns
e a pobreza de outros
e alguém dorme comigo todos os dias
nesta coisa estranha
que nos deste
oh dá-nos uma vida
onde uns e outros sejamos
a flor nunca dita